terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Clássico x Moderno



OBRA:

GRANDE ODALISCA, 1814. PARIS, MUSEU DO LOUVRE. 0,90 X 1,60




O artista nesta faze começa a trabalhar o nu feminino, onde percebe-se que a figura esta idealizada. Nota-se que o artista acrescentou algumas vértebras para fins estéticos, não há nele qualquer sensualidade o corpo esta simplesmente parado. O traçado da linha é espontaneamente puro. A busca intensa da imagem real e a preocupação em reproduzir fielmente a cena da forma que ela está acontecendo naquele momento pode-se dizer até de forma fotográfica, é o que transmitem os detalhes do ambiente, com o realce dos objetos e acessórios que compõem o quarto lembram o estilo grego, utilizado no período clássico, e contrastam com a luminosidade da figura central, a odalisca, na qual revela o padrão de beleza considerado da época, a posição da odalisca apesar do nu, considerado um tanto ousado para a época, transmite uma atitude reservada, tem um olhar desconfiado, e se restringe a sua própria exposição.




OBRA: Les demoiselles d'Avignon



Les demoiselles d'Avignon
Este foi um dos mais famosos quadros do pintor espanhol Pablo Picasso. Pintada em 1907, a óleo sobre tela 244 x 234cm , este quadro encontra-se exposta no Moma, em Nova Iorque, e esteve, em 2005, exposta no Museu Sakip Sabanci, na cidade de Istambul, na Turquia. Na época em que pintou este quadro, Picasso tinha completa noção que este era o quadro mais importante que havia pintado até então. Para a obra definitiva Picasso passou meses a fazer esboços e, durante o trabalho, fez inúmeras modificações. Quando concluiu a obra, havia concebido a maior tela que alguma vez pintou. E como afrma John Golding (1974 p.38)

“...relatos desa época sugerem que Picasso estava descontente com a pintura e parece tê-la considerando inacabada. E, no entanto, apesar de suas obvias incongruências e mudanças de estilo Les Demoiselles acabou parecendo, como ocorre com todas as grandes obras de arte, esplendidamente inevitável. O fato de não podermos hoje visualizá-lo de outra forma serve para demonstrar que, ao criar suas próprias leis, o quadro criou novos cânones de beleza estética ou, para dizê-lo de maneira diferente, destruiu as distinções tradicionais do belo e do feio”.

Esta obra representa, para além de uma obra-prima do cubismo mundial como afirma David Cottington (2001 p.12)
“trava-se de uma obra chocante e nada convencional. O quinteto de impudentes prostitutas nuas - duas delas monstruosamente deformadas e outras duas de implacáveis olhos arregalados – alinhava-se para defrontar o observador num espaço angular claustrofobicamente achatado”.
a violação de todas as tradições e convenções visuais naturalistas ocidentais, ao apresentar cinco aleivosas (prostitutas), representadas de forma cubista, como se nota na mulher nua sentada à direita, vista ao mesmo tempo de frente e de costas com seio e cocha visíveis entre a perna levantada e o braço. Os rostos da metade esquerda da composição percebemos as cabeças de duas figuras centrais são vista de perfil tem narizes de perfil, ao passo da cabeça vista de perfil tem um olho colocado de frente. Percebe-se também que as personagens refletem o início do Período Negro, na obra de Pablo Picasso, assemelhando-se a máscaras e esculturas africanas. A estética geométrica e visual delimitou contornos quanto ao futuro do cubismo.
Como afrma John Golding (1974 p.38) que a obra Les Demoiselles d'Avignon “é ainda hoje uma obra audaciosa e pertubadora; há sessenta e nove anos deve ter parecido nada menos que inacreditável. Deixou certamente perplexos e consternados até os mais fervorosos admiradores de Picasso”.

. E o que percebemos na obras de cada arte onde percebe-se que são uma o oposto da autra pois no Classico é todo academico quase uma fotografia ja a arte Moderna não esta preocupada com isso ela quer mostrar e expressar aquilo q o artista sente e a maneira como ele vê.

Diane Magali Schuch

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Neoclássico X Expressionismo (por Luise Walber)

Neoclássico





Cupido e Psique

(1817)

Óleo sobre tela

184cm x 242cm

Museum of Art

Cleveland (Ohio – Estados Unidos)







Leitura da Obra


Como ocorre bastante em obras neoclássicas, esta apresenta um fundo obscurecido de paisagem longínqua e os personagens principais da cena fazem referência à mitologia greco-romana. Apesar desse jogo entre claro e escuro, a imagem não apresenta grande dramaticidade.

A cena em si é calma e as fronteiras entre um corpo e outro são bem delimitadas pelo modelado preciso – principal fator que concede aos corpos o volume -, o que impede os elementos de se expandirem e tornarem, juntamente com outros fatores, a cena movimentada. Somando-se à isso, os personagens não possuem expressões etéreas como acontecia até então nos modelos clássicos. Pelo contrário, vê se que Cupido está feliz, pois sorri, e Psique dorme tranqüila.

A perspectiva na obra é mais dada pela sobreposição dos corpos do que pela perspectiva cientifica, porém a segunda está presente, principalmente no divã que Cupido e Psique utilizam. Sendo assim, vê-se o primeiro plano mais acentuado pela cena principal, e os demais apenas meramente pela paisagem que aparece pela janela.

Pode-se ver perfeitamente o emprego do estuda da anatomia nos corpos, o que enfatiza a obra ainda mais no conceito de academicismo. Pode-se dizer que especificamente nesta obra, aparece talvez um ideal de beleza.

O equilíbrio e a simetria da obra como um todo é inegável. Tanto nos corpos dos personagens principais, como nos outros elementos que aparecem na imagem, na cor e na composição em geral aparece um balanço perfeito de cada um desses fatores.


Aplicação das Antinomias de Wölfflin

Linear: As figuras possuem um modelado preciso, onde os elementos são separados um do outro e bem delineados.

Profundidade: Apesar de que se pode perceber outros planos através da janela numa paisagem longínqua, não é a planificação que da a principal idéia de profundidade nessa obra, e sim a sobreposição.

Forma Fechada: A obra é extremamente simétrica e sua estrutura sólida exibe eixos estáveis (vertical e horizontal) de ângulos regulares.

Multiplicidade/Pluralidade: Justamente por causa dos contornos bem delimitados, cada corpo independe do outro para existir, e o conjunto é extremamente estático.

Luz Relativa: A cena apresenta muitas partes obscurecidas, portanto há presente um foco de luz que vem provavelmente da parte mais baixa do lado direito.










Expressionismo










Retrato de Franz Marc

1910

Óleo sobre Tela

50 × 39 cm

Neue Nationalgalerie

Berlin - Alemanha













Leitura da Obra

Nesta obra, na qual August Macke representa o seu amigo e colega do grupo Der Blaue Reiter, Franz Marc. Sem dúvida não há, neste retrato, uma preocupação muito grande em representar algum sentimento conflitante, como ocorreria se fosse algum dos membros de Die Brücke o autor do quadro. Pelo contrário, é sereno e simples nesse sentido.

Diferente de obras clássicas (apesar de tudo ser bem diferente), este quadro não apresenta um fundo real. O fundo aqui é apenas fundo, sem qualquer elemento senão a cor pura, com uma pequena variação de tonalidade. Sendo assim não há qualquer vestígio de perspectiva, porém só no caso da mão em relação ao casaco, pode-se ver a sobreposição dos elementos.

Há contornos duros e sólidos em torno da figura e seus membros, num preto que com certeza não faria realmente parte da pele do sujeito. E é justamente por isso que a obra é fechada.

A noção de volume, apesar de haver algumas parte em chapa, como na caso do cabelo, é dada pelo modulado, ou seja, August Macke se utiliza de várias cores escuras e claras, por vezes até opostas no sentido de frias e quentes, para representar as curvas do corpo de Fraz Marc.

A iluminação não é algo que realmente importe na pintura, mas nesse caso poder-se-ia dizer que é absoluta. A sobra, que só aparece para escurecer o lado esquerdo da face de Franz Marc, é colorida em vez de simplesmente preta, herança esta vinda ainda do impressionismo.

Também não há grande preocupação em manter as pinceladas dentro dos contornos estipulados, fazendo com que em alguns lugares as formas se expandam. Também a variação das tonalidades não é feita sutilmente, podendo-se assim perceber a direção da pincelada e os limites de cada cor.





Postado por Luise Walber

Neoclássico X Moderno

A odalisca com escravo- Jean Dominique Ingres
Os planos constituem uma forma de hierarquia.
No primeiro plano, a odalisca, no segundo, uma serva, e no terceiro o escravo. A luz presente na foto também privilegia a odalisca, e por último nos revela o escravo, a espreita, às escuras, no fundo.
Também podemos notar como nenhum dos personagens presentes na tela está na mesma posição.
Enquanto a odalisca está na posição horizontal, ocupando toda a largura do quadro, sua serva está a esquerda e o escravo à direita, criando um equilíbrio para a pintura.
Sobre as cores podemos destacar o contraste entre tons quentes como o vermelho e o laranja que, em oposição aos tons escuros que escondem partes da tela.
O contraste nos ambienta em um local aconchegante e confortável.

Fonte: wiki.eca.luli.com.br/index.php?title=Ingres


Marcella- Ernst Ludwig Kirchner
A figura da mulher sentada está inclinada para frente, o corpo está mal mostrado para dar destaque a cabeça em primeiro plano.
Kirchner faz um quadro amargo, quase desagradável. O quadro é elaborado sobre poucos tons fundamentais: vermelhos e amarelos, verdes e azuis.
O quadro parece se subtrair e se retrair, recusando a luz, é apenas algo nu, frágil, dolorosamente contraído sob o rosto emagrecido, devorado pela enormicidade dos olhos e da boca, pela massa dos cabelos soltos.
Kirchner procura colocar a obra num estado de não equilíbrio, que cria no observador uma sensação de mal estar, quase de angústia.
Os contornos já não intermedeiam a relação entre figura fundo, mas cortam até o âmago como tesouradas; os vermelhos e amarelos do fundo se põem a frente, quase destroem o róseo das carnes. A mancha de sombra nos cabelos e em volta do pescoço é verde- escura, é como que uma zona vazia, um buraco. Ela assim como os contornos dos braços, parece escavada a força no plano compacto da cor.
O próprio achatamento e a esquematização da imagem parecem trair sua origem de imagem em negativo, que se torna visível pela estampa, pela prensagem. É verdade que Kirchner também deve seu modo de compor a Matisse, com vastas zonas de cores lisas, mas a insistência sobre as linhas retas e os ângulos, de preferência às curvas, converte a expansão da imagem cromática matissiana num efeito contrario de contração. Aliás, Kirchner chegou a Matisse por uma via que não a do Impressionismo – na origem dessa melancólica figura de adolescente inquieta, encontra-se Munch, com sua angustia existencial, seu complexo erótico-trágico de sensualidade e culpa.
Fonte: Arte Moderna- Giulio Carlo Argan
Juliana Turra Dos Santos

Neoclássico X Moderno


A obra O Rapto das Sabinas de 1799, se encontra no museu do Louvre, em França, Paris, tendo suas dimensões 385 x 522 cm. , é óleo sobre tela. Segundo o site Arq net, “O quadro não representa o «Rapto das Sabinas», mas sim a «Intervenção das Sabinas» num conflito entre Romanos, seus maridos e filhos, e Sabinos, seus parentes. O quadro representa Hersilia, a sabina, tentando reconciliar Romulus, o fundador de Roma que dirigiu o rapto, de Tacius, o chefe dos Sabino, que as vinha tentar libertar.”

Jacques-Louis David nasceu em Paris em 29 de agosto de 1748 e morreu em Bruxelas em 29 de dezembro de 1825, com 77 anos, foi o mais ilustre representante neoclássico pictórico, oriundo do classicismo do século XVII.

O Neoclassicismo ou academicismo, segundo Gulben Kian “inspirou-se nas formas primitivas da arte clássica: o puro contorno linear, a abolição do claro-escuro.”

Les Demoiselles D'avignon é um dos mais famosos quadros de Picasso, foi pintado em 1907, com a técnica óleo sobre tela e em 2005 foi exposta no Museu Sakip Sabanci, na cidade de Istambul, na Turquia. Hoje ela está exposta no O Museu de Arte Moderna (MoMA) em Nova Iorque . Foi restaurada e seu restauro foi concluído em dezembro de 2004.

O cubismo foi um movimento artístico do século XX, tendo ocorrido de 1907 a 1914 e sua origem deu-se em Paris, no ano em que Picasso pintou o célebre quadro Les Demoiselles d’Avignon. Os fundadores do cubismo foram Pablo Picasso e Georges Braque e a eles uniram-se alguns escritores de vanguarda. A principal característica desse movimento são as formas geométricas utilizadas nas artes plásticas. Voltou os volumes coloridos sobre uma superfície plana e o objetivo era construir nas telas, um quadro de motivos sólidos e duradouros.

Conclusão das obras

No “Rapto das Sabinas” podemos notar que o modelado perfeito, isto é linear, ao contrário de Les Demoiselles D'avignon que o modelado é realizado por linhas grotescas, que formam as formas angulosas das figuras representadas.

Podemos ver nas duas pinturas a presença de planos. Entretanto, na Neoclássica a perspectiva é realizada por formas arquitetônicas, enquanto na Cubista, a percepção é realizada pelo posicionamento dos elementos formadores da imagem. Há nas duas imagem sobreposição de figuras e possui mais a que tem mais elementos.

As formas das duas são fechadas, elas são sólidas. Contudo, o “Rapto das Sabinas” podemos notar um eixo instável em algumas figuras. E a luz é absoluta, mesmo que no Les Demoiselles D'avignon possui uma figura feminina, com seu rosto pintado de preto.

No cubismo podemos notar a fragmentação da figura e do fundo como característica desse estilo, como o modelado e o tema de mito é característica do Neoclássico. Podemos notar que no Rapto das Sabinas o olhar percorre descompassado pela obra diferente de o Les Demoiselles D'avignon que ocorre de modo linear e tranqüilo.



Site sitado: http://www.arqnet.pt/portal/biografias/david.html

Clássico x Moderno (Ângela Dal Forno)

Este texto tem como objetivo, discutir o surgimento da arte moderna, mostrar uma obra desta arte, estabelecer as diferenças e igualdades entre a arte clássica e moderna.
A arte moderna surgiu no século XX, a partir de uma ruptura de valores. Conforme De Micheli, 1991, pg 05: “A arte moderna não nasceu como uma evolução da arte do século XIX; ao contrário, ela surgiu de uma ruptura dos valores daquele século”.
Foi a partir do século XIX que começou as tendências para o surgimento da arte moderna, mas ela só acontece a partir do século XX.
A arte era feita para o povo, por quem trabalhava nessa área era abençoado, e quem comprava, desfrutava a beleza das pinturas. Segundo Pevsner, 1980, pg. 05: “A verdadeira arte deve ser feita pelo povo e para o povo, como uma bênção para quem faz e para quem desfruta”.


Obra: Madame Matisse
Artista: Henri Matisse
Ano: 1905
Técnica usada: óleo sobre tela
(fonte da imagem: http://tcn.cse.fau.edu/homepage)


Esta é uma obra, um retrato, feito por Henri Matisse, ele retratou sua esposa com uma linha verde vertical, que desce de sua testa até seus lábios. (MANNERING, Douglas, 1982, pg 28)
O artista não buscou a imitação perfeita do natural e essa obra é naturalista.
Já a arte clássica, era de inspiração histórica. Upjohn (1991, pg 180/01) escreve que: “Para David, todo o tema nobre era obrigatoriamente de inspiração histórica ou mitológica clássica é tratado ainda no espírito austero da república romana”.
Para alguns artistas, como David, a arte clássica tem uma história para a república romana.
Conforme Chilvers (1996, pg 116): “em certos conceitos, a palavra classicismo pode ser usada para expressar apenas a idéia de clareza”.
Clareza porque os modelos clássicos envolviam qualidade, e é um termo empregado com exatidão.
Clássico também é um modelo ético, pois ele não oculta a realidade. Argan (1995, pg 43) escreve: “o ideal clássico não é inspiração poética, mas modelo ético”.O clássico não tem poesia, ele não está além da realidade e também não esconde a realidade da história com a mitologia.


Obra: Maria Antonieta levada ao suplício
Artista: David

Ano: 1793
Técnica usada: desenho a bico de pena

(fonte da imagem: http://liberdadedasartes.blogspot.com)


Esta é uma obra de uma mulher, que foi levada ao suplício, a técnica usada é desenho a bico de pena.
Podemos relacionar essa obra com o tempo de escravidão, que as pessoas que eram escravizadas também eram levadas ao suplício, eram castigadas e essa obra lembra muito isso.




CONCLUSÃO: RELAÇÕES ENTRE AS OBRAS


A obra de Henri Matisse (1905) e a obra de David (1793), são obras de duas mulheres, com técnicas diferentes, Matisse usou óleo sobre tela e David usou desenho a bico de pena.
A obra de Matisse é de assunto histórico, a obra de Davis também relembra história, do tempo da escravidão, onde os escravos eram castigados, são obras que em comum foram retratadas mulheres, mas com significados diferentes.
Madame Matisse é uma obra fovista, os artistas fovistas não procuravam fazer a imitação perfeita do natural, pois a obra de Henri Matisse comprova isso.
Maria Antonieta levada ao suplício é uma obra clássica, ela é uma arte radicalmente civil. O centro não é a beleza renascentista, nem a tensão barroca e tem características próprias.





GLOSSÁRIO

Austero: severo, sério, duro, ríspido
Mitologia: história fabulosa dos Deuses, semideuses e heróis da antiguidade;
Ruptura: ato ou efeito de romper, violação de contrato, quebra de relação social;
Tendência:
inclinação, propensão.




Acadêmica: Ângela Maria Dal Forno

Neolássico X Moderno



David x Picasso - Neoclássico e Moderno (diferenças)



Fonte desta Imagem: http://pt.wikipedia.org


Esta obra, Napoleão Bonaparte cruzando os Alpes, é um retrato eqüestre do imperador no monte São Bernardo, é datada aproximadamente, de 1801 a 1805 (encontra-se por vários teóricos, a data de 1801). Esta é uma das cinco versões do artista neste tema à Bonaparte. Este retrato foi uma encomenda do imperador espanhol na França, a composição faz uma versão fortemente idealizada da verdadeira passagem de Napoleão e de seu exército pelos Alpes em 1800. O tema histórico era um dos mais trabalhados, além dos temas bíblicos, de história antiga e moderna. David pintava também alguns temas mitológicos, como o “Juramento dos Horácios” por exemplo, porém, eram raros artistas que o faziam nesta época.
A realidade minuciosa das formas e a fidelidade em seus volumes e cores impressionam rapidamente a qualquer expectador desta tela a óleo. A exatidão era para Jacques-Louis David, um ponto importante, o que realmente diferenciava do barroco e aproximava do estilo clássico de Rafael.
Podemos ver uma das características importantes do período Neoclássico, a emoção imposta nesta pintura, é como se o imperador estivesse orgulhoso de uma grande vitória com seu exército.
Outras características importantes são o predomínio da razão sobre o sentimento, o equilíbrio presente em todas as obras a harmonia e serenidade de cores, volumes e formas e o rigor formal. David usava a claridade máxima, e nesta obra ele representa Bonaparte em dia claro e em absoluta luz.
Napoleão e David eram amigos de longa data, desde que Napoleão ainda era general, admiravam-se mutuamente e David pintara o amigo em várias outras ocasiões.
Na forma fechada de eixo axial, podemos acompanhar o modelado preciso, exercitado pelo artista em meio a cores naturalistas, provenientes de uma realidade ímpar, a qual podemos perceber que há uma fidelidade entre a cena, o heroísmo de Bonaparte, o tema e as pinceladas de David. Podemos ainda encontrar o sobrenome do amigo de David entalhado numa pedra (à esquerda abaixo) e seu exército ao fundo, subindo por outros caminhos desbravando-o.
Ainda a tempo, o efeito de profusão se dá por meio de perspectiva científica e o volume, classicamente aplicado, nos mostra tamanha pesquisa do artista.


Fonte desta Imagem: http://filipaqueiroz.files.wordpress.com/



Para entendermos a imagem retratada na tela de Pablo Picasso, em têmpera sobre tela, medindo 3,54 x 7,82 m., precisamos primeiramente entender o que é Guernica, onde fica e os motivos pelos quais o artista a retratou. A obra é datada de 1937, quando Pablo Picasso morava em Paris.
Picasso era nesta altura de sua vida, um artista renomado e requisitado para várias aberturas de grandes exposições. Na verdade, o cubista aventureiro se faz valer de um convite para uma dessas aberturas, a da Exposição Internacional de Paris, onde foi exposto no Pavilhão da República Espanhola, e traduz os sentimentos daquela gente durante bombardeio à comunidade espanhola, localizada no País Basco, de Guernica.
O bombardeio feito pelos nazistas em 26 de Abril de 1937, durante a Guerra Civil Espanhola, tocou o artista profundamente em mostrar ao mundo o que restara da cidade após o violento bombardeio e o que sobrara daquela que outrora era uma pacata cidadezinha.
Restos de pessoas, crianças mortas, mães desesperadas com seus filhos nos braços vendo-os esvair-se, como podemos ver em um ponto da tela, animais enfurecidos tentando proteger seus donos de tamanhos barulhos, mas que de nada os adiantando, o touro símbolo da Espanha por suas antigas e tradicionais touradas.
Ainda podemos perceber que o artista representa uma espada quebrada, provavelmente querendo mostrar que de nada adiantou o clamor daquele povo, ou uma bravura neste meio tempo de testes de armas potentes ou não, o suficiente para a segunda guerra mundial, ou talvez a trágica e inútil tentativa de defender o local do inimigo que caira do céu.
Há quem diga que alguns dos nazistas que participaram dos bombardeios à cidade, foram a Picasso e lhe perguntaram: “Foi você quem fez isso?” obtendo a resposta do mesmo: “Não, foram vocês! Eu só o pintei”. Estava claro que Picasso queria suplicar ao povo uma reação, algo que os pudesse colocar em postura de defesa de si próprios, ou pelos outros, os que sofreram arduamente durante o fogo de tais momentos.

No painel, podemos notar a presença de algumas lâmpadas, o que nos faz pensar sobre os problemas que Guernica enfrentou, falta de paz, desabrigados, muitos perdidos, famílias separadas, pode ter sido a intenção de Pablo, representar o desespero por soluções através da luz, como se seus habitantes tivessem perdido o chão após os bombardeios.

Os rostos retorcidos e os corpos desconjuntados nos fazem desconstruir a maneira clásica de pensar as formas e ainda questionar os motivos da necessidade delas, por que precisavam insistentemente fidelizar a realidade e também o que este 'amontoado', se é que assim o podemos chamar, de contornos curvos cheios de expressividade têm de belo.
Na expressão cubificada das formas, vinda do precursor Cezanne, em outro momento artístico, encontramos a beleza da expressão dos setimentos e a exposição dos sentimentos reais do artista. Picasso traduz sua dor e a une com seus personagens o que nos mostra em sua paleta de cores tristes.

Para ler a conclusão deste trabalho, clique na imagem abaixo para que a mesma amplie.

Esta imagem foi a conclusão montada em Power Point e convertida a formato JPEG para apresentação neste blog.


Acadêmica de Artes Visuais: Ana Maria Citadin Johann