quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Neoclássico X Expressionismo (por Luise Walber)

Neoclássico





Cupido e Psique

(1817)

Óleo sobre tela

184cm x 242cm

Museum of Art

Cleveland (Ohio – Estados Unidos)







Leitura da Obra


Como ocorre bastante em obras neoclássicas, esta apresenta um fundo obscurecido de paisagem longínqua e os personagens principais da cena fazem referência à mitologia greco-romana. Apesar desse jogo entre claro e escuro, a imagem não apresenta grande dramaticidade.

A cena em si é calma e as fronteiras entre um corpo e outro são bem delimitadas pelo modelado preciso – principal fator que concede aos corpos o volume -, o que impede os elementos de se expandirem e tornarem, juntamente com outros fatores, a cena movimentada. Somando-se à isso, os personagens não possuem expressões etéreas como acontecia até então nos modelos clássicos. Pelo contrário, vê se que Cupido está feliz, pois sorri, e Psique dorme tranqüila.

A perspectiva na obra é mais dada pela sobreposição dos corpos do que pela perspectiva cientifica, porém a segunda está presente, principalmente no divã que Cupido e Psique utilizam. Sendo assim, vê-se o primeiro plano mais acentuado pela cena principal, e os demais apenas meramente pela paisagem que aparece pela janela.

Pode-se ver perfeitamente o emprego do estuda da anatomia nos corpos, o que enfatiza a obra ainda mais no conceito de academicismo. Pode-se dizer que especificamente nesta obra, aparece talvez um ideal de beleza.

O equilíbrio e a simetria da obra como um todo é inegável. Tanto nos corpos dos personagens principais, como nos outros elementos que aparecem na imagem, na cor e na composição em geral aparece um balanço perfeito de cada um desses fatores.


Aplicação das Antinomias de Wölfflin

Linear: As figuras possuem um modelado preciso, onde os elementos são separados um do outro e bem delineados.

Profundidade: Apesar de que se pode perceber outros planos através da janela numa paisagem longínqua, não é a planificação que da a principal idéia de profundidade nessa obra, e sim a sobreposição.

Forma Fechada: A obra é extremamente simétrica e sua estrutura sólida exibe eixos estáveis (vertical e horizontal) de ângulos regulares.

Multiplicidade/Pluralidade: Justamente por causa dos contornos bem delimitados, cada corpo independe do outro para existir, e o conjunto é extremamente estático.

Luz Relativa: A cena apresenta muitas partes obscurecidas, portanto há presente um foco de luz que vem provavelmente da parte mais baixa do lado direito.










Expressionismo










Retrato de Franz Marc

1910

Óleo sobre Tela

50 × 39 cm

Neue Nationalgalerie

Berlin - Alemanha













Leitura da Obra

Nesta obra, na qual August Macke representa o seu amigo e colega do grupo Der Blaue Reiter, Franz Marc. Sem dúvida não há, neste retrato, uma preocupação muito grande em representar algum sentimento conflitante, como ocorreria se fosse algum dos membros de Die Brücke o autor do quadro. Pelo contrário, é sereno e simples nesse sentido.

Diferente de obras clássicas (apesar de tudo ser bem diferente), este quadro não apresenta um fundo real. O fundo aqui é apenas fundo, sem qualquer elemento senão a cor pura, com uma pequena variação de tonalidade. Sendo assim não há qualquer vestígio de perspectiva, porém só no caso da mão em relação ao casaco, pode-se ver a sobreposição dos elementos.

Há contornos duros e sólidos em torno da figura e seus membros, num preto que com certeza não faria realmente parte da pele do sujeito. E é justamente por isso que a obra é fechada.

A noção de volume, apesar de haver algumas parte em chapa, como na caso do cabelo, é dada pelo modulado, ou seja, August Macke se utiliza de várias cores escuras e claras, por vezes até opostas no sentido de frias e quentes, para representar as curvas do corpo de Fraz Marc.

A iluminação não é algo que realmente importe na pintura, mas nesse caso poder-se-ia dizer que é absoluta. A sobra, que só aparece para escurecer o lado esquerdo da face de Franz Marc, é colorida em vez de simplesmente preta, herança esta vinda ainda do impressionismo.

Também não há grande preocupação em manter as pinceladas dentro dos contornos estipulados, fazendo com que em alguns lugares as formas se expandam. Também a variação das tonalidades não é feita sutilmente, podendo-se assim perceber a direção da pincelada e os limites de cada cor.





Postado por Luise Walber

2 comentários:

Ana Citadin Johann disse...

Lu, depois de pronta a tua assemblagem ficaria "LINDA" aqui no resultado final como um brinde especial... o que achas? aquele cupido esqueleticamente lindo cheio de peninhas mofadas e acinzentadinhas...
um show!
Heheheheeeee

Lú Walber disse...

shiuahsiuahsiuhd
pode ser... mas eu acho que vou inscrever ele no salão universitário do ano que vem ou coisa assim... dae vou ter que esperar pra colocar ele aqui XDD
mas é uma boa idéia shaiushiuhs